Você se lembra do Telégrafo? Conhece o telefone? E agora a internet… Você sabe o que cada um deles têm em comum? Todos esses podem realizar suas conexões submarinas através de cabos depositados nos fundos dos oceanos.
Esse trabalho em realizar a implementação começou ainda no século XIX para dar inicio as transmissões telegráficas que consiste em usar cabos no fundo do mar para transportar sinais de telecomunicações. No século XX, eles foram estruturados para transmitir sinais de voz.
Atualmente a tecnologia suporta a transmissão de um grande volume de dados pois em cada cabo é possÃvel armazenar vários pares de fibra, sendo que para cada fibra é possÃvel alcançar até 10 Tb/s. Se comparado a um satélite que tem capacidade média de 60 Gb/s, é um volume bastante superior.
Segundo um levantamento feito pela TeleGeography, em todo o mundo existem 278 cabos submarinos em operação, seis deles estão em operação no Brasil. Todos são usados para transmitir sinais de dados, são eles:
AMX 1 – Tem 17.800 km de extensão. Pertence à América Móvil e passa pelo Brasil, Colômbia, América Central (Mexico, Guatemala, República Dominicana e Porto Rico)
Americas 2 – Tem 8.373 km de extensão e foi implantado em 2000. Ele foi construÃdo por um consórcio de 14 empresas, entre elas Embratel e Portugal Telecom. Sai de Fortaleza, passa pela Guiana Francesa, Trinidade e Tobago, Martinica, Porto Rico, Ilhas Virgens Americanas e chega à Hollywood, no estado americano da Flórida.
Atlantis 2 – Implantado em 2000, este cabo liga Fortaleza a Lisboa, com conexões no Senegal, Ilhas Canárias e Cabo Verde. São 8500 Km de cabos atravessando o Atlântico. Sua capacidade é limitada, tem apenas 40Gb/s, tanto que a transmissão de sinais de voz é priorizada.
GlobeNet – De propriedade da BTG Pactual, este cabo possui 23.500 km de extensão e foi implantado no ano 2000. Parte de Fortaleza tendo conexão no Rio de Janeiro e segue para Venezuela, Colômbia, Estados Unidos e Bermudas.
Sam-1 – Esse é o maior dos cabos que passam pelo Brasil: tem 25.000 km. Começou a ser construÃdo pela Telefônica em 2001 e parte da Argentina, passa pelo Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza. De lá, segue para Porto Rico, Colômbia, Flórida, Guatemala e retorna para a parte oeste da América do Sul, cortando três paÃses (Equador, Peru e Chile).
SAC/LAN – Com 20.000 Km de extensão, este cabo também contorna a América do Sul passando pelo Caribe e Estados Unidos. Implantado no ano 2000 tem como proprietários a Level 3, Telecom Italia e Sparkle.
Implantação
A implantação de um projeto deste porte começa com um detalhado processo de prospecção do terreno. Nessa etapa, são analisados, por exemplo, a rota prevista, obstáculos do percurso, tipo do solo em que o cabo será depositado. Todo esse trabalho é muito importante pois os cabos são fabricados sob medida para a rota.
Após esse processo, inicia-se a fase de implantação. Os cabos são transportados em navios equipados com grandes carretéis. Coimbra explica que os cabos são depositados no mar com a ajuda de boias para evitar que a embarcação tombe.
Manutenção
Os cabos submarinos têm uma vida útil de aproximadamente 25 anos. Em geral, são os trechos mais próximos ao continente que precisam de manutenção mais frequente, já que em águas oceânicas eles ficam depositados a 4 mil metros de profundidade.
Expansão
Segundo Coimbra, os seis cabos existentes no Brasil possuem, somados, uma capacidade plena de 5Tb/s, mas nem toda essa banda está em uso.
A tendência é que esse número dê um salto nos próximos anos, já que outros três projetos do tipo estão sendo executados, entre eles o cabo que ligará Fortaleza a Lisboa e que será construÃdo por uma joint venture formada pela Telebras, Islalink e uma terceira empresa brasileira.
Este cabo terá 5.875 Km de extensão e capacidade de 30Tb/s. O investimento será de US$ 185 milhões e a previsão é que a obra fique pronta em 2018.
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